Da série Fica a dica: quem não investe não quer se envolver


Essa semana tive uma epifania. Me ocorreu (depois de muita terapia) o motivo pelo qual eu fico tão ressentida (na falta de uma palavra mais adequada) quando saio com caras pão-duros. A questão não é o dinheiro, quero que isso fique bem claro. A questão é a falta de parceria afetiva

Vejam bem, namorei por 5 anos o único cara com quem me casei e creio jamais ter visto um casal tão duro de grana como nós. Eu era desempregada, ele era estudante. Não tínhamos renda a não ser uma mesada rala que meus pais me davam mensalmente. Mas nunca, em tempo algum, houve uma sensação de que um de nós estivesse "segurando" dinheiro. A gente sempre dividia tudo, afinal, não tínhamos  pra esbanjar e sabíamos das dificuldades um do outro, mas nunca tive a sensação de que o cara não estivesse se esforçando no relacionamento. 

Era a tal da parceria afetiva. Eu invisto em você - emocional e financeiramente - e você investe em mim da mesma forma. Ambos caminhando no mesmo ritmo e com o mesmo objetivo. Isso  não significa que o cara ou a moça deva arcar com despesas (restaurantes, cinemas, teatro, viagens etc...) sozinho(a).  Não mesmo. Mais uma vez: não é questão de dinheiro. É a postura.  

A gente saca quando um cara está afim de investir no relacionamento e quando ele não está. Para mim isso está intrinsecamente relacionado com a postura em ambos os casos: emocional e financeira.

Vou dar outro exemplo: certa vez estava saindo com um cara recém separado. O coitado dizia estar mais pobre que o mendigo da esquina. A separação tinha lhe custado o carro, um bom sofá e sobrava conta pra pagar no final do mês. Ele deixou isso bem claro no início do nosso envolvimento. Como já disse em outros textos, para mim não há problema algum em dividir a conta com ninguém. Até o dia em que ele me ligou e me avisou que iria fazer uma pequena viagem no final de semana. - As passagens estavam baratinhas! Saiu por...uns 300 reais no total, uma pechincha! - ele disse animado.

Fiquei ruminando aquilo por um tempo e senti um gosto amargo na boca, mas não sabia identificar o que era. A questão era muito simples: o cara não estava afim de investir naquele relacionamento. Ele pagaria sim, e muito tranquilamente, 300 contos pra ir para Palmas, no Tocantins, visitar um amigo, mas era incapaz de me pagar um cinema. Mais claro que isso, só se ele colocasse um aviso luminoso na testa: Não quero investir nesse relacionamento. Quem deve ter ficado feliz foi o amigo de Palmas, pois isso sim foi um puta investimento na relação, ainda que seja de amizade.

Resumindo a ópera, volto à questão das gentilezas. O cara pode ser um duro, um sem grana, mas se ele estiver afim de investir naquele relacionamento, ele vai arranjar um jeito de ser gentil. Não necessariamente um jeito de pagar por um jantar ou bancar a sua entrada no cinema, isso qualquer um pode fazer, inclusive você. Mas de demonstrar que você vale a pena. Que vale sair em uma sexta à noite pra tomar uns "bonks drink" com você, mesmo sendo o dia em que ele está mais cansado; que vale te levar em um restaurante bacana em vez do "serve-serve" da esquina; que vale te ligar em vez mandar um whats app; que vale a pena dizer que sentiu  a sua falta durante a semana. 

Claro que, pra isso tudo "funcionar", tem que ser uma via de mão dupla. Tudo o que o cara pode fazer pra te conquistar, você também pode. Obviamente que as garotas procuram ser mais reservadas quando se está naquela fase de conhecer o rapaz. Mas, acredite, se vocês estiverem em sintonia, você vai saber como interagir. Caso contrário, se você se sentir insegura, se achar que está ultrapassando os limites ou não está sentindo aquela reciprocidade toda, meu palpite é: desconfie e não gaste sua energia com alguém que pode não estar muito interessado em uma parceria afetiva. Fica a dica.

#ficaadica







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