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Chuva fina

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Olhou para o alto e pressentiu a chuva. Sentou-se na soleira da porta e deixou-se levar pelos pensamentos que lhe assaltavam a mente. Viu-se caminhando junto a um rapaz que, apesar de andar de mãos dadas com ela, não a amava.  A verdade era que ele nunca a havia enxergado de fato, mas apenas o reflexo de uma boneca para enfeitar sua vida solitária.  Ela, por sua vez, vira nele uma possibilidade como em tantos outros havia enxergado. Uma chance de construir um lar, de amar e ser amada, filhos, natais, uma família. Contrariando os pressentimentos, deu uma chance ao relacionamento, mas ele estava fadado ao fracasso.   Já havia feito consigo mesma um pacto de jamais acomodar-se em uma relação. Superou o luto, a tristeza, a crise de pânico, os ataques de ansiedade.  Buscou ajuda de todas as formas. Entrou para a psicoterapia, fez acupuntura, terapia de florais, meditação, buscou a Deus.  Venceu o medo da solidão e, como sempre, seguiu.  No caminho, encontrou interessados, mas