Pedro e Leila - Feiticeira

- Viver ultrapassa qualquer entendimento. - disse Leila citando Clarice. Disse isso entre um gole de vinho e uma tragada do baseado. 

- Que lindo isso. Sabia que você é uma pessoa profunda, Leila? Poucos te conhecem de verdade. - Pedro apanhou o fumo e, enquanto fechava os olhos, soltou uma baforada de fumaça. 

- Tentando me definir outra vez? ela perguntou. 

- Acho que sim. - respondeu enquanto acomodava a cabeça nas pernas de Leila. Ambos agora olhavam para o céu estrelado. Faíscas da fogueira flutuavam em direção à imensidão negra. - Mas te definir é impossível porque você é tudo e nada aos mesmo tempo, às vezes caos, às vezes ordem. Às vezes solidão e outras multidão. Luz e sombra, uma mistura de menina-mulher que me encanta. Uma feiticeira, certamente, que lançou um feitiço sobre mim. Estou apaixonado por ti, Leila. 

- Então não me defina. Apenas sinta. Eu também estou apaixonada por você. - sussurou ela encarando-o, tocando o rosto de Pedro com as duas mãos. 

- Eu sinto. -  murmurou ele. - Sinto. desejo. amo. Feiticeira!

Leila soltou uma gargalhada rouca, daquelas que faziam as covinhas das bochechas dela se acentuarem. - Me ama, Pedro?

- Amo. 

- Até quando?

- Eternamente, enquanto durar. 

- E se durar para sempre?

- Se durar para sempre, Leila, a gente dá um jeito de ser feliz assim mesmo. 

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