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Dia difícil

24 de abril de 2009 Há dias em que a gente já acorda e sabe que aquele vai ser um dia daqueles.  Abri os olhos e senti o gosto da ressaca na boca. Pensei na Gisele, minha gata de estimação, internada com insuficiência renal. O calendário me dizia que em 4 dias eu faria 2 anos de casada. Resolvi levantar da cama mesmo sem ter muita certeza se conseguiria.  O aluguel foi a primeira tarefa do dia. "Está em nome de quem?", perguntou o agente da imobiliária. Respondi secamente o nome completo do meu ex-marido. " Em 4 dias faríamos 2 anos de casados ". O pensamento veio novamente. A caminho do trabalho, foi inevitável conter as lágrimas. Um choro sentido, daqueles em que as lágrimas escorrem  quentes e rápidas,  silenciosas, sem arroubos, sem soluços. Um choro resignado e parcimonioso. O trabalho é bom porque evita de a gente surtar completamente. A ocupação e a obrigação de fazer "carinha boa" me impediram de sucumbir àquela tristeza imensa e inesg

Tudo passa

Outro textinho que vale a pena relembrar.  Dizem que outubro é o mês das bruxas. Et voilà. No feriadão, acordei bem disposta, apesar de todas as reflexões que ocupavam a minha mente, e decidi ir caminhar no parque. O passeio, que estava previamente marcado com a vizinha, não deu certo e terminamos nos desencontrando. Cheguei quando ela saía do parque. - Gata, acabei de ver seu ex-marido aqui...- disse a vizinha. Arregalei os olhos e fiz menção de dar meia volta. Ela completou: - Relaxa, gata, ele tá sozinho e acho que já estava de saída. Vai com fé. -  como dizem por aí, "escapei fedendo". Respirei aliviada. O calor estava intenso e o dia correu tranquilo, com direito a café da manhã na padaria, encontro com bons amigos, almoço na casa da vizinha. Cineminha pra fechar o dia. Chegando no shopping eu o vi.  Era inescapável e estava escrito em algum lugar que naquele dia eu o veria. Era ele, o Ex. Sorridente, lindo como sempre, subindo as escadas rolantes, conve

Faça-se a luz

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Segue um texto que estava postado em meu outro blog, mas acho que vale relembrar.  Pois é. Mudei-me. Cedi à pressão de meus queridos pais e resolvi mudar de apartamento. No início não queria, achava que estava bem acomodada no meu cubículo de um quarto. Eu havia feito benfeitorias em todo o apartamento e não fazia o menor sentido sair de lá. Até o momento em que minhã mãe perguntou: - Vem cá, o que é que tem de tão especial nesse lugar que você não quer perder? E eu não tinha uma resposta para esta pergunta, afinal era apenas um apartamento. Um lugar onde fui extremamente infeliz por muito tempo. Um imóvel que me trazia lembranças de um casamento falido e derrotado pelas intempéries da vida e de esperanças frustradas de um futuro feliz que nunca aconteceu. Mudei-me, enfim. Mudei-me pra um apê onde a luz finalmente consegue entrar nos lugares mais recônditos do meu coração. Um lugar onde é possível sentir o calor de um novo início. Mais um recomeço. Mais uma chance. U