Pride and Principles (Orgulho e Princípios)


Dia desses estava pensando na palavra "responsabilidades". Em relacionamentos, todo mundo tem a sua e, em geral, é 50% pra cada um. É impossível dizer que alguém obrigou outro alguém a fazer qualquer coisa a não ser que esta pessoa esteja com uma arma apontada pra sua cabeça ou em alguma situação análoga. Tirando isso, responsabilidades devem ser divididas. 

É muito comum jogar a "culpa" de algo que não deu certo no outro. É mais fácil, mais cômodo e te tira da berlinda. O "fazer-se de vítima" faz parte do fim. Aliás, se a gente for brincar de "Quem Nunca", vai descobrir que a vitimização é default, um padrão comum quando alguém parte nosso coração. 

E aí aos poucos a gente volta à Era da Razão e percebe o quão permissiva foi para que as coisas chegassem àquele ponto específico de arrependimento. Mas isso não significa que haja perdão. Compreensão. Entendimento. Era pra ter, é bem verdade. Afinal, se a gente erra, por que não o outro, certo? 

Mas o coração não segue regras racionais e muito menos o seu orgulho. Entender a mútua responsabilidade quando nos envolvemos com alguém que, por uma ou outra razão, nos fez sofrer não significa, necessariamente, relevar e tampouco justificar as ações que culminaram com o seu coração partido. 

Pra mim, é perfeitamente plausível racionalizar que todo mundo faz o melhor que pode, entretanto isso não significa que se precise agir como se nada tivesse acontecido. Seria falsidade sorrir e papear sobre o tempo com alguém que, em algum momento, não teve o cuidado devido com o seu coração. Seria pior que falsidade, seria como um aval tácito, um "jóinha". Uma espécie de "Ok, eu entendi tudo o que eu permiti que você fizesse comigo e pra mim tá ótimo. Aprovo tudo". 

Só que não. Não "tá ótimo". Passou, mas não foi legal e pronto. Ninguém precisa dramatizar o fato de que você não quer sentar ao lado do seu ex e bater um papo, por conta dos seus princípios (e orgulho, claro). E eu, certamente, jamais te julgaria se esse fosse o caso. 

Afinal de contas, se você não se sente confortável em determinada situação, "pagar" de madura e evoluída só vai fazer você agir como uma boba, coisa que você não é. Se chegar o dia (e chegará, acredite) em que não faça a menor diferença cumprimentar ou não aquele cara que foi um mané com você, aí você vai ter a certeza de que bobo mesmo era ele, e que foi bom não se violentar só pra tentar impressionar os curiosos de plantão.






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