200 dias com ele


A primeira coisa que a gente faz quando alguém parte nosso coração é lembrar dos melhores momentos. A gente se martiriza até a última lágrima - e haja lágrima, não é, minha gente?!

Quase inevitavelmente você se lembra da primeira conversa no barzinho em que se conheceram; do primeiro beijo que ele te deu em meio a uma festa barulhenta; de quando ele te levou pra jantar e pegou nas suas mãos de uma forma tão delicada que quase te fez chorar. 

Você se lembra da vez em que andaram de mãos dadas e descobriram que tinham muita coisa em comum. Dos dias preguiçosos em que passaram na cama ou estirados em algum sofá, assistindo aos seriados preferidos. Você recorda daquela vez em que ele te deu o casaco dele, enquanto você tiritava de frio em uma madrugada gelada em que saíram juntos. 

Você lembra de tudo, nos mínimos detalhes: do sorriso dele; de como ele gostava de olhar você no espelho e dizer "você é linda"; daquelas vezes em que tomaram banho juntos e você pensou que aquilo era fantástico pois você, há séculos, não se sentia  tão confortável ao lado de alguém. Do dia em que ele pediu pra usar a sua escova de dentes e você considerou que nada poderia ser mais íntimo que aquilo! :-O

E aí você sofre. Ai, como você sofre. Chora, sente saudades de algo que tinha tudo pra dar certo, mas o cara não teve o tal "Click!" com você (mesmo depois de tudo isso! Pasme!). Mas o curioso mesmo é que nas entrelinhas de tantas boas lembranças você *se esqueceu - ou omitiu seletivamente da sua memória de elefante - de todas as péssimas deixas que esse mesmo cara "charmoso" e "maravilhoso" fez com você. 

Você fez questão de esquecer de todos aqueles dias em que você ficou morrendo de ansiedade, esperando ele ligar pra te chamar pra sair, e ele não ligou. Deixou você lá, com cara de panaca e tentando dar uma de "Pollyanna", repetindo pra si mesma que "vocês não tinham mesmo um compromisso, ele não tinha obrigação". 

E teve aquele dia em que você tomou um gole de coragem e o chamou pra sair, mas ele disse que estava trabalhando. E estava mesmo, embora isso não o tenha impedido de sair mais tarde. O que ele não queria era sair com você.

Ou aquela vez em que ele viajou no final de semana e não mandou uma notícia sequer, apesar de que, hoje em dia, tem whats app, tem Facebook, tem Gtalk, tem Google+ e até mesmo  tem o bom e velho SMS. 

Você se esqueceu completamente das quase três semanas em que ele te evitou solenemente, apenas para que você tivesse que chamá-lo "na xinxa" pra colocar um ponto final nessa palhaçada em que havia se transformado esse pseudo-relacionamento, porque afinal de contas, nem mesmo coragem para isso ele teve.

E, finalmente, você apagou da sua memória o momento exato em que ele te disse "não quero ter um relacionamento pelos próximos 5 anos da minha vida" só pra depois descobrir que ele estava namorando outra garota.  O que ele não queria, minha amiga, era namorar com você.

Então você começa a compreender que talvez, muito que talvez, ele não tenha partido o seu coração sozinho. Ele fez isso com a sua ajuda. Todas esses "detalhes" estavam ali, na sua frente, mas você queria tanto acreditar que poderia dar certo, que ignorou tanta falta de consideração, como se você não fosse importante ou não merecesse respeito.

E é aí que você para de chorar pra sempre por esse cara, porque você percebe que ele não te tratou, nem de longe, como você realmente merecia ser tratada: com amor

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