Ao papito, com amor!

Quando eu era pequena ele costumava me cobrir e dar um beijinho todas as santas noites. Era ele quem me acordava às 7 da matina pra ir à aula de natação. Além disso, me obrigava a tomar aquela vitamina de abacate com mamão que era simplesmente...horrível! 

- É pra ficar forte! - ele dizia. Só Deus sabe que eu nunca quis ser forte, pois achava que nunca precisaria ser.

Antes ele tinha mais cabelos, é verdade. Quando ele chegava com aquele Chevetinho amarelo lá na frente do meu colégio, eu sempre ficava meio constrangida. Afinal, todo mundo tinha um carrão, mas o meu pai não, era um Chevetinho mesmo. 

- Vergonha é matar e roubar! - ele dizia quando eu falava algo a respeito. 

Os tempos  mudaram e hoje em dia meu pai não tem mais o Chevete e os parcos cabelos que restaram estão grisalhos. Mas ele continua o mesmo. Ou talvez não o mesmo. Um pouco  mais aprimorado como todos nós quando amadurecemos.  

Graças a Deus eu cresci e hoje não sou mais obrigada a tomar a famosa vitamina de abacate com mamão (ou melão, ou qualquer outra fruta que estivesse na fruteira!). Mas me faz falta o beijinho de boa noite. Me faz falta o misto quente que ele preparava antes de ir pras aulas de vôlei e quando ele pegava na minha mão pra atravessar a rua. 

Mas pai é pai e o meu desempenha a tarefa com um zelo incalculável e tenho certeza que fez e está fazendo o melhor que pode. Afinal, ninguém é perfeito, nem mesmo nosso pai. Ele também tem defeitos, tem medos, ele também erra.

Faz tempo quebrei a imagem do "pai herói" que tinha quando era criança, somente para criar uma imagem de um pai "na real". Aquele que chora junto com a gente quando estamos sofrendo, que perde a paciência no trânsito, mas também é aquele que parceiro, leal e amigo.  Aquele pai que  me ajuda no momento em que eu mais preciso. 

O meu pai de fato não é perfeito e eu prefiro que ele nem seja. Porque é desse jeito, com todos os defeitos e qualidades que eu passei a admirá-lo. Por isso, embora um pouco tardia, segue minha homenagem ao dia dos pais, em especial, claro, ao meu:

Obrigada, papito, por ser parte responsável para que eu me tornasse a mulher que eu sou hoje em dia. 

Com amor, 
Elaine


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