E o cravo matou a rosa

Será que a teoria de que aquilo que não deu certo em uma primeira vez certamente não dará certo numa segunda vez é, de fato, verídica? Acredito que sim, haja visto meu último affair. Há exato um ano tivemos um romance que acabou sendo tema do post "Desentendimentos". Ele dizia "A", eu entendia "B". Até que a coisa degringolou de vez e, cansada de tanta insegurança e desentendimentos, resolvi dar um fim na história.

Um ano após isso, nos reencontramos, eu e ele. Sem nem avisar ele bateu à minha porta e curou meu coração. Remendou o pobre com a linha da gentileza e com a agulha das confidências, em uma pousada charmosa da Chapada dos Veadeiros. Usou também um pouco de cola da espontaneidade e terminou o serviço todo às 19h23, do dia 24 de dezembro de 2012, véspera de natal, com o arremate da saudade. Finalmente meu coração partido estava emendado outra vez, batia firme, voltava a sentir coisas há tanto tempo esquecidas: saudades, admiração, curiosidade, vontade.

Mas aí, veio a maldição daquilo que não dá certo de primeira, e a coisa começou a des-fluir. Não sei como mas as saudades se tornaram inseguras, a admiração virou decepção, a curiosidade esvaneceu lentamente e a vontade decaiu pra algo como a raiva (vontade de matar). Não sei onde foram parar tantas coisas legais e me esqueci completamente que aquilo um dia havia sido bom.

Infelizmente, a maldição prevaleceu e ele achou que era uma boa ideia me "cozinhar em fogo brando". Infelizmente eu me senti como um acessório, um flor que o cara usa na lapela quando convém e quando não combina mais com a roupa, ele tira e deixa a flor ali, de lado. 

O mais curioso é que existe uma regra básica para as flores, mesmo as de lapela: elas precisam ser regadas, cultivadas. Enfim, as flores precisam ser cuidadas, caso contrário, mais cedo do que se espera, elas secam e morrem. Infelizmente o cravo se revelou um garoto e vai pra gaveta dos "bobocas que se acham expertos", junto com mais alguns que passaram pelo meu caminho.

Infelizmente foi mais uma história frustrada e eu fiquei sem meu closure, meu "grand finalle". Engasguei com todos os meus desaforos. Mas talvez seja a vida me ensinando que nem sempre há "closures", grandes finais para pequenas coisas. É só deixar passar uma última e efetiva vez. Felizmente, meu coração é inteiro outra vez e essa foi a parte que valeu a pena e que eu não troco por nada nesse mundo. 


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