Da série "Curiosidades"

Certa vez minha irmã me disse que ficava gaga perto de homens bonitos. Assim. Como em um passe de mágica. Bastava aparecer um na frente dela e pimba! Lá vinha aquela gagueira inconveniente. 

Morri de rir quando ela me contou, atônita, que ficou balbuciando palavras soltas na frente do padre (sim! É isso mesmo, e ele era lindo!) que ela teve que entrevistar. 

Até que, um dia, o meu DNA me informou que isso era genético...só que a gagueira da Aline se manifestava em mim de outra forma.

Estava eu, faceira e contente, em um forró animado. Fiquei lá, com aquela cara de cachorro que caiu da mudança, esperando algum cavalheiro me tirar pro arrasta-pé.

 A primeira vítima foi um senhor muito simpático que, provavelmente, tinha idade pra ser meu avô. Mas, nunca se recusa uma dança em um forró. Essa é a regra!

E aí o negócio foi ficando bom e,  um após o outro, rapazes L-I-N-D-O-S, começaram a me convidar pra uma dança e quanto mais bonitos eram, pior eu dançava!

Suava em bicas na tentativa de acompanhar os dançarinos e quanto mais eu me esforçava mais nervosa eu ficava.  Os passos saiam atrapalhados e quando eu menos esperava puff, lá se ia um pisão!

Quando o lance era agarradinho minhas pernas pareciam duas varetas descoordenadas. Achei que ia ter um treco. Eles dançavam pra um lado, eu ia pra outro. Eles giravam pra cá, eu ia parar do outro lado. Sem contar aqueles passos em que vai mão se entrelaçando pra tudo quanto é lado. Desastre total!

Na "rodadinha" então, era um Deus nos acuda. Quase que saiu tapa  vindo das minhas mãos e braços inertes e desconjuntados. 

No final da noite eu já tinha desistido  de dançar bem, porque era muito homem bonito pra uma pessoa só.

Como será que se chama isso? "gagueira nos pés"?!!!

 Leitura obrigatória: "Gagueira na hora H", por Aline Fonseca