Menina

- Você, Leila, é leveza e poesia ao vento. - disse passeando com os dedos pelas sinuosas curvas do corpo dela.
- Você também pode ser leve. Sabia?
- Alguém me disso isso uma vez, mas eu quero ser leve com você. O que você me diz?
- O que eu digo? Digo que sim, mas confesso que é querendo dizer não. - respondeu Leila em um tom displicente.
- Você tem medo? - ele a puxou para si, fazendo-a olhá-lo nos olhos. Leila fechou os olhos, tocou o próprio peito do lado esquerdo, inspirou e abriu os olhos novamente.
- Sim. Tenho medo.
- Impossível, meu bem, você é a mulher mais corajosa que já conheci.
- Coragem eu tenho. Mas para ter coragem é preciso existir o medo, Pedro.
- Eu não vou te machucar. - ele murmurou.
- Muitos já disseram isso, mas eu não tenho medo de me machucar. Meu medo é de me perder novamente e isso eu não quero que aconteça jamais.
- Sabe que às vezes, perto de ti, me sinto pequeno.
- É porque no fundo você também tem medo. - disse ela antes de beijá-lo calorosamente e enroscarem-se um no outro outra vez.
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